Sextou, parte 2.

fevereiro 07, 2020 0 comentários

Aquela noite não prometia muita coisa, mas depois de tê-lo conhecido, ela mudou de ideia sobre o acaso. Deixou-se invadir por aquele abraço enquanto o perfume dele inebriava o ambiente. Tudo aconteceu em segundos, mas pra ela, naquele momento, parecia que o tempo tinha parado. A voz macia e as palavras que saiam da boca dele aqueceram seu corpo instantaneamente. Ele puxou uma cadeira e ela sentou ao seu lado. O bar estava lotado, mas pra ela só tinha os dois ali. Deixou ele escolher a bebida. Já tinha tido um dia turbulento demais pra ter que decidir mais alguma coisa. Ela estava na fase do gin e ele, sem saber, acabou pedindo seu drink favorito. Gin com morango. A conversa fluiu leve, solta e descontraída. Os olhares não desgrudavam e pareciam fuzilar. As bocas sorriam timidamente, mas com um desejo quase incontrolável. Ela sentia em cada pêlo do seu corpo o efeito que ele causava. Não imaginou que seria assim. Depois de um dia intenso, sem muitas expectativas, ela acabou surpreendida. E, tinha adorado. Tinha até esquecido da falta de maquiagem e do cabelo bagunçado. Talvez, tenha sido por isso mesmo que foi pega de surpresa.. estava desarmada, sem defesa, sem grandes planos. Ou melhor, sem plano algum. Era mais uma sexta e tinha saído por insistência dos amigos, mas naquele momento estava grata por estar ali. A conversa continuava despretensiosa, as horas passaram, mas ela nem percebeu. Só foi se dar conta quando o garçom avisou que estavam fechando o bar. Riram juntos. Ele num gesto carinhoso puxou a cadeira pra que ela se levantasse, estendeu a mão e num milésimo de segundo a puxou para si. Outra vez, aquele perfume, aquele abraço quente e aquela voz doce penetraram no mais íntimo do seu ser. Ela, sempre precipitada, já havia pedido o Uber e, nesse momento, o motorista havia chegado. Ficaram em silêncio. Trocaram telefones e ao pé do ouvido ele disse “você é a mulher que eu quero pra vida inteira, não só por uma noite, quero te encontrar de novo.” Ele deu um beijo demorado e delicado no canto da boca dela e despediram-se. Ela ficou com a imagem dele naquela camiseta rosa que destacava seus olhos verdes, jeans desbotado e sorriso malicioso na mente. As palavras doces e a fala mansa dele ecoavam em sua mente. Sorrindo foi embora pra casa. Que sexta especial, ela pensou. E, como se estivesse flutuando entrou em casa. Ele tinha virado o seu pacato mundinho de cabeça pra baixo e ela estava adorando essa inesperada sensação. 

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