Só precisávamos soltar as mãos... O tempo encarregaria do resto. A saudade viraria lembrança e a lembrança se transformaria em memória. Tudo retomaria o seu curso normal. Nos amamos, nos sentimos, nos fundimos, mas em algum lugar, no tempo e no espaço, nos perdemos. Não foi de repente, não foi por acaso. Simplesmente aconteceu. Continuamos de mãos dadas por muito tempo, muito além do que queríamos, do que pensávamos, do que desejávamos. Dentro de nós sabíamos que algo havia mudado, transformado, mas não aceitávamos. Ficamos tão acostumados um ao outro, tão presos à doce rotina, sublimes momentos, que não aceitávamos ter nos perdido. Seria difícil recomeçar, retomar as nossas vidas sem a companhia do outro, sem a presença, sem aquele declarado amor. Tínhamos medo, muito medo de não conseguir. Mas, era tão necessário. Tudo que nos ligava havia sumido, evaporado, se perdido. Queríamos a companhia um do outro, mas não mais com entusiamos, desejo, paixão, amor. E sim por comodidade. Havíamos nos habituado demais pra isso. Era uma tênue linha que nos envolvia e só precisávamos de coragem. Coragem para soltar as mãos.
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